Luto

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Eu chorei Como se fossem meus parentes, amigos, meus alunos.
Estou de luto pelos meninos da Chatuba.Perdi o sono, questionei a Deus o porque de tanta crueldade e barbaria,  pensei no sofrimento, na indignidade e na família destes meninos.
Estou de luto pelo meu país. Sempre escuto dos mais velhos que a geração deles foi a que lutou, que militava, que fez este país andar. Foram os jovens daquela época que reivindicaram contra a ditadura " Hoje em dia essa molecada não quer saber de nada". Existe sim quem não queira, como sempre existiu mas eu defendo esta atual geração que simplesmente clama por sobrevivência. Afinal, nós saímos de casa e não sabemos se voltamos, ou com o que voltamos, as vezes só com a roupa do corpo ou no caso destes meninos só corpo sofrido.
Brasil, amo este país e sinto orgulho desta nação e deste povo batalhador. Mas precisamos de vida! Sim, de vida, da qualidade dela. Não se ouve em políticas para o sistema penitenciário... afinal, ele serve mesmo para que? Para reabilitar? Punir? Quem entra lá, sai pior. Segurança não é só policiais nas ruas, é policiamento qualificado, remuneração digna. Onde já se viu o crime ser mais organizado do que nossa justiça? E essa sensação de impunidade, da terra de ninguém que cansa nossos olhos, nosso cotidiano, nossas conversas.
Se eu pudesse fazer uma súplica, eu pediria por isto:"Queremos viver sem o medo"
Sou nova, pela lógica tenho uma vida toda pela frente, quero constituir família e neste exato momento penso em como ensinar aos meus filhos a viver neste país onde a vida dia a pós dia perde o valor. Sinceramente, eu não sei.
Ontem, quando vi a escola cheia de jovens, eu novamente me comovi. Tantas esperanças, tantos sonhos, tanta vida naquele lugar e me lembrei dos meninos da Chatuba que foram se divertir e não voltaram mais. De  tantos jovens que vão a escola, ao cinema, ao supermercado e desaparecem.
Isto precisa mudar. As eleições estão chegando, se o seu candidato não cogita em melhorias na educação e segurança, pense bem. Diante da violência somos impotentes mas com o nosso voto conseguimos mudar, nem que por um tempo, nem que um pouco, a situação do nosso país.

E até que dor passe...

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